quinta-feira, 10 de março de 2016

MP-SP pede prisão preventiva de Lula e quebra de sigilo fiscal

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu, na tarde desta quinta-feira, a prisão preventiva do ex-presidente Lula, denunciado por falsidade ideologica e lavagem de dinheiro em relação ao tripléx do condomínio Solaris, no Guarujá, em São Paulo. A denúncia foi assinada pelos promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araujo.

É a primeira vez que o Ministério Público pede a prisão do ex-presidente. Em reunião, no entanto, Conserino — que integra a equipe do MP-SP que denunciou o Luiz Inácio Lula da Silva, sua mulher Marisa Letícia e seu filho Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha — se recusou a esclarecer se foi requerida a prisão preventiva do ex-presidente e declarou que não há motivação política. "Só vamos falar sobre a denúncia", disse.

Na denúncia apresentada nesta quarta-feira, são acusados 16 investigados pela Promotoria paulista. Além de Lula, são denunciados a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, e mais 13 investigados. Na lista estão o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o empresário Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, amigo de Lula, e ex-dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

A promotoria sustenta que o petista cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao supostamente ocultar a propriedade do imóvel - oficialmente registrado em nome da OAS.

A acusação tem base em longa investigação realizada pelos promotores Cássio Conserino e José Carlos Blat. O promotor afirma ter indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do tríplex, o que, segundo ele, caracteriza lavagem de dinheiro.

A investigação mostrou que a empreiteira OAS bancou uma reforma sofisticada do apartamento, ao custo de R$ 777 mil. Segundo o engenheiro Armando Dagre, sócio-administrador da Talento Construtora, contratada pela OAS, os trabalhos foram realizados entre abril e setembro de 2014.

Em 2006, quando se reelegeu presidente, Lula declarou à Justiça eleitoral possuir uma participação em cooperativa habitacional no valor de R$ 47 mil. A cooperativa é a Bancoop que, com graves problemas de caixa, repassou o empreendimento para a OAS. Lula apresentou sua defesa por escrito no inquérito da promotoria. O ex-presidente afirma que não é o dono do tríplex.

Fonte: O Dia