sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Greve dos bancários já tem data marcada

Começou a Campanha Nacional dos Bancários 2015, com o tema “Exploração não tem perdão”. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Hugo Diniz, a mobilização de rua já alerta para uma possível greve por tempo indeterminado, com início a partir do dia 21 de setembro.
Nesta quinta-feira, o alvo da mobilização foram as agências do banco Itaú, onde foram colocados informes da campanha. Na agência do Boulevard Francisco de Paula Carneiro, no Centro, uma grande faixa qualificava o banco como o “banco oficial das demissões”, “Itaú feito para demitir”.

Segundo Diniz, nos últimos 90 dias foram mais de 20 demissões. “A exploração citada na campanha se refere aos salários baixos, à jornada excessiva de trabalho, à falta de segurança e ao assédio moral. No primeiro momento o alvo foi o Itaú, mas o assunto será discutido em reunião de diretoria e a mobilização pode chegar aos demais bancos”, disse.
A assessoria de comunicação do banco Itaú informou, por meio de nota, que não irá se posicionar a respeito.
Discriminação será discutida
De acordo com o site do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, uma nova rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), acontecerá na quarta-feira (16), em São Paulo. Além da questão salarial, serão tratadas também questões sobre igualdade de oportunidades. A Fenaban nega existir desigualdades entre homens e mulheres, brancos e negros nos bancos.  No entanto, os banqueiros rejeitaram a proposta de instituir um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) que garanta igualdade de oportunidades para todos, com progressão salarial determinada por critérios pré-concebidos e transparentes.
As mulheres, que representam 49% da categoria, ganham 24,1% menos que os homens e ocupam apenas 8,4% dos cargos de direção, mesmo possuindo escolaridade mais alta. Os dados são da “Relação Anual de Informações Sociais” (Rais) de 2013, do Ministério do Trabalho e Emprego. O sindicato informou ainda que os negros também são discriminados nos bancos. Representando 52% da população, negros e pardos compõem 21% da categoria, de acordo com a Rais.
O comando Nacional dos Bancários cobrou ainda o respeito à lei que determina 5% das vagas destinadas a portadores de necessidades especiais.  Essas e outras questões serão debatidas na nova rodada de negociações.
Fonte: O Diário