domingo, 15 de março de 2015

25 Policiais de Itaperuna são convocados para ajudar a controlar rebelião em cadeia

Uma rebelião na Cadeia Pública de Campos, antiga casa de Custódia, iniciou-se na noite deste domingo, por volta das 22h e cruzou a madrugada, tendo desfecho somente na manhã deste domingo (15/02).
Segundo informações de policiais militares, lotado na 2ª Companhia do 8º Batalhão de polícia Militar (BPM), os presos começaram a atear fogo em colchões e lançaram pedaços de concreto nos refletores, na intenção de tirar a iluminação da unidade.
As primeiras informações, obtidas através dos representantes da Comissão de direitos Humanos da OAB Campos, Márcio Marques e Wilza Carla, que através das famílias, tiveram contato direto com diversos detentos, via celular, era de que a origem da rebelião seria a insatisfação com a transferência de cerca de 150 a 200 presos para o Rio de Janeiro.
Os representantes contaram que chegaram por volta das 23h30 no local e se dispuseram a entrar na unidade para tentar negociar com os presos, mas tiveram o pedido negado pelo comando da operação, tendo como justificativa a impossibilidade de garantia da segurança de ambos.
Durante toda a madrugada familiares de detentos permaneceram em frente à unidade prisional em busca de notícias dos parentes. Muitos deles se comunicaram livremente via celular e notificavam sobre feridos necessitando de socorro.
Apenas o GSE/SOE teve acesso ao presídio. O comandante do 8º BPM, Marcelo Freiman, esteve no local e disse que coube à Polícia militar a segurança da área externa a té a chegada do grupo de intervenção do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o comandante, foi solicitado o reforço do 32º BPM, de Macaé, com 20 policiais, 36 BPM de Santo Antônio de Pádua, com 20 agentes, outros 25 homens do 29º BPM de Itaperuna e 30 policiais da 6º Comando de Policiamento de Área (CPA).
O Corpo de Bombeiros Militar também enviou equipes que permaneceram no lado de fora da unidade prisional, para caso de necessidade de atendimento emergencial.
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FAMILIARES AFLITOS VÃO PARA FRENTE DA UNIDADE
Parentes de detentos saíram de diversos bairros, desesperados, em busca de informações. De dentro da cadeia, muitos internos fizeram contato com familiares, através do telefone celular. Alguns pedindo socorro, com medo da proporção que a rebelião. Por volta das 02h30, já havia mais de 100 familiares de detentos no local.
Às 3h, três estrondos foram ouvidos dentro da unidade e uma fumaça subiu, do lado de fora os familiares se revoltaram contra a Polícia Militar etentaram invadir o cordão de isolamento. Os policiais conseguiram conter os mais exaltadas, explicando que a ação dentro da unidade não partiu da PM.
Por várias vezes, de dentro da cadeia, detentos fizeram contatos com os familiares, informando a existência de feridos no local.
Às 3h40, chegou a segunda viatura do GSE/SOE, o Serviço de Administração Penitenciária. Familiares tentaram impedir a entrada do veículo usando pedras Algumas mulheres chegaram a sentar-se no asfalto ,mas foram convencidas a dar passagem ao veículo, pelos policiais, que removeram as pedras. Logo após a entrada, outro estrondo foi ouvido vindo da unidade, às 3h45. Às 3h51 mais dois estrondos, e dois minutos depois, mais um. A cada estrondo os familiares ficavam mais apavorados. De acordo com um policial, o barulho era de bombas de efeito moral.
A Polícia Militar, desde o início da rebelião isolou toda a área no entorno da Cadeia Pública e ninguém pôde chegar aos acessos da unidade prisional. Por volta das 5h, policiais da 6ª CPA chegaram a unidade.
O sol já começava a aparecer, quando a Polícia Militar tentou afastar ainda mais o cordão de isolamento, que separava a imprensa, familiares e curiosos da cadeia, mas os parentes se recusaram sair. A todo tempo eles exigiam informações a respeito do que estaria ocorrendo dentro do pavilhão e pediam a presença do diretor da unidade.
Por alguns instantes, familiares de detentos atearam fogo em galhos e pneus, mas as chamas logo foram controladas por policiais militares.
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A RESPOSTA DA COORDENAÇÃO
Às 07h40 da manhã, o coordenador de segurança da Secretaria de estado de Segurança, Jorge da Silva reportou-se aos familiares e à imprensa, informando que a rebelião teria se iniciado a partir de uma briga na cela 4 e presos das celas 3 e 5 também teriam se envolvido. Por conta da rebelião, três presos ficaram feridos e serão encaminhados para a 146ª Delegacia Legal de Guarus para registro de ocorrência. Posteriormente, todos os presos das três celas envolvidas na rebelião serão transferidos para unidades prisionais no Rio de Janeiro.
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Ainda segundo o coordenador, nenhum detento de outra cela irá sofrer medida disciplinar e os horários de visitação serão mantidos na normalidade.
Fotos e informações:Ururau