quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Exames de ressonância magnética com contraste são suspensos em Itaperuna



O serviço de imagens do Hospital São José do Avaí e do Hospital das Clínicas em Itaperuna, que atendem pacientes de todo o Noroeste Fluminense, do Sul do Espírito Santo e da Zona da Mata Mineira suspenderam temporariamente os exames de ressonância magnética e de tomografia que são feitos com contraste.

A orientação foi dada depois que três pessoas morreram na segunda-feira (28) à noite após fazerem esses exames no hospital particular Vera Cruz na cidade de Campinas – SP.

A assessoria de imprensa do Hospital São José do Avaí declarou que os serviços estão suspensos até que os órgãos federais se manifestem quanto aos produtos usados nos exames.

“Apesar de não usar o contrataste do mesmo fabricante que forneceu para no Hospital Vera Cruz, em Campinas, onde ocorreram 3 mortes, o Serviço de Diagnóstico de Imagem do Hospital São José do Avaí, suspendeu todos os exames que usam contraste até um parecer da ANVISA e dos Conselhos Federais de Radiologia e de Medicina”, informou Emerson Tinoco, assessor de imprensa do Hospital São José do Avaí.

No Hospital das Clínicas a orientação do corpo técnico é de também esperar um pronunciamento dos órgãos públicos quanto aos produtos usados que são também de outra marca.

A Secretaria de Saúde de Itaperuna também orientou que os hospitais que fazem os exames por contrastes que suspendam até o posicionamento da ANVISA.

Entenda o que ocorreu

Três pessoas morreram entre a tarde e a noite de segunda-feira após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz, em Campinas. A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento da unidade de saúde por tempo indeterminado e pretende investigar se o contraste, composto químico utilizado no exame, tem relação com as mortes.

Segundo o corpo clínico do hospital, dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25 anos morreram após uma parada cardiorrespiratória. Dois começaram a passar mal minutos depois do exame e um paciente chegou a deixar a unidade médica, mas retornou a unidade após sentir dores. Outros 83 pacientes realizaram ressonâncias no mesmo dia, no entanto, não apresentaram nenhum tipo de reação.

As vítimas tinham situações clínicas diferentes e não foram diagnosticados com doenças em estágio avançado, segundo o diretor administrativo do Vera Cruz, Gustavo Carvalho. No entanto, ele afirmou que as causas ainda são desconhecidas e que aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Os procedimentos foram realizados por técnicos diferentes e em salas diferentes, além do uso de dois tipos de contraste.

Após a constatação das mortes, a direção do hospital acionou a polícia. As salas e os materiais utilizados durante os procedimentos foram lacrados, de acordo com a direção da unidade. O caso foi registrado no 1° Distrito Policial da cidade.

Os registros de óbitos foram feitos às 18h de segunda-feira e a remoção dos corpos foi feita pelo IML às 2h desta terça-feira. Por recomendação da vigilância, os corpos vão passar por autópsia.

Segundo a assessoria de imprensa, após a comunicação das mortes feita pelo hospital à Vigilância em Saúde, foi solicitada o envio de técnicos para a área de diagnósticos e também o Centro de Vigilância do Estado foi notificado.

De acordo com a direção do hospital, são realizados 2 mil exames por mês e nenhum registro de ocorrências deste tipo foi registrado na unidade. O hospital também informou que está colaborando com os órgãos competentes.

Médico acha que a troca de medicamentos pode ter causado a morte

Para o médico especialista em radiologia Fernando Pollara, a solução salina à base de cloreto de sódio, aplicada em pacientes após o exame de ressonância, pode ter causado a morte das três pessoas nesta segunda (28), no Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP). A substância, injetada após o exame, serve, segundo o especialista, para purificar o organismo e hidratar o paciente após a aplicação do contraste, composto químico aplicado antes do procedimento médico. Para Pollara, profissionais podem ter trocado a substância.

“O contraste, em condições normais, dificilmente mata três pessoas. Talvez essa solução salina aplicada não fosse realmente uma solução salina e isso causou os problemas, por isso, acho difícil que a causa seja o contraste”, disse Pollara.

Informações de Folha de Italva