O serviço de
imagens do Hospital São José do Avaí e do Hospital das Clínicas em
Itaperuna, que atendem pacientes de todo o Noroeste Fluminense, do Sul
do Espírito Santo e da Zona da Mata Mineira suspenderam temporariamente
os exames de ressonância magnética e de tomografia que são feitos com
contraste.
A orientação foi
dada depois que três pessoas morreram na segunda-feira (28) à noite após
fazerem esses exames no hospital particular Vera Cruz na cidade de
Campinas – SP.
A assessoria de
imprensa do Hospital São José do Avaí declarou que os serviços estão
suspensos até que os órgãos federais se manifestem quanto aos produtos
usados nos exames.
“Apesar de não usar
o contrataste do mesmo fabricante que forneceu para no Hospital Vera
Cruz, em Campinas, onde ocorreram 3 mortes, o Serviço de Diagnóstico de
Imagem do Hospital São José do Avaí, suspendeu todos os exames que usam
contraste até um parecer da ANVISA e dos Conselhos Federais de
Radiologia e de Medicina”, informou Emerson Tinoco, assessor de imprensa
do Hospital São José do Avaí.
No Hospital das
Clínicas a orientação do corpo técnico é de também esperar um
pronunciamento dos órgãos públicos quanto aos produtos usados que são
também de outra marca.
A Secretaria de
Saúde de Itaperuna também orientou que os hospitais que fazem os exames
por contrastes que suspendam até o posicionamento da ANVISA.
Entenda o que ocorreu
Três pessoas
morreram entre a tarde e a noite de segunda-feira após realizarem exames
de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz, em Campinas.
A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento
da unidade de saúde por tempo indeterminado e pretende investigar se o
contraste, composto químico utilizado no exame, tem relação com as
mortes.
Segundo o corpo
clínico do hospital, dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25
anos morreram após uma parada cardiorrespiratória. Dois começaram a
passar mal minutos depois do exame e um paciente chegou a deixar a
unidade médica, mas retornou a unidade após sentir dores. Outros 83
pacientes realizaram ressonâncias no mesmo dia, no entanto, não
apresentaram nenhum tipo de reação.
As vítimas tinham
situações clínicas diferentes e não foram diagnosticados com doenças em
estágio avançado, segundo o diretor administrativo do Vera Cruz, Gustavo
Carvalho. No entanto, ele afirmou que as causas ainda são desconhecidas
e que aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Os procedimentos
foram realizados por técnicos diferentes e em salas diferentes, além do
uso de dois tipos de contraste.
Após a constatação
das mortes, a direção do hospital acionou a polícia. As salas e os
materiais utilizados durante os procedimentos foram lacrados, de acordo
com a direção da unidade. O caso foi registrado no 1° Distrito Policial
da cidade.
Os registros de
óbitos foram feitos às 18h de segunda-feira e a remoção dos corpos foi
feita pelo IML às 2h desta terça-feira. Por recomendação da vigilância,
os corpos vão passar por autópsia.
Segundo a
assessoria de imprensa, após a comunicação das mortes feita pelo
hospital à Vigilância em Saúde, foi solicitada o envio de técnicos para a
área de diagnósticos e também o Centro de Vigilância do Estado foi
notificado.
De acordo com a
direção do hospital, são realizados 2 mil exames por mês e nenhum
registro de ocorrências deste tipo foi registrado na unidade. O hospital
também informou que está colaborando com os órgãos competentes.
Médico acha que a troca de medicamentos pode ter causado a morte
Para o médico
especialista em radiologia Fernando Pollara, a solução salina à base de
cloreto de sódio, aplicada em pacientes após o exame de ressonância,
pode ter causado a morte das três pessoas nesta segunda (28), no
Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP). A substância, injetada após o
exame, serve, segundo o especialista, para purificar o organismo e
hidratar o paciente após a aplicação do contraste, composto químico
aplicado antes do procedimento médico. Para Pollara, profissionais podem
ter trocado a substância.
“O contraste, em
condições normais, dificilmente mata três pessoas. Talvez essa solução
salina aplicada não fosse realmente uma solução salina e isso causou os
problemas, por isso, acho difícil que a causa seja o contraste”, disse
Pollara.
Informações de Folha de Italva