quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Comoção e revolta no sepultamento de mulher morta por colega


Reprodução/Carlos Grevi
Vítima pode ter sido enterrada viva após ser esganada em Grussaí
O corpo da funcionária pública Adriana Silva Aguiar, de 33 anos, foi sepultado às 17h desta quinta-feira (18/10), no Cemitério Waldir Sepúlveda, em Cardoso Moreira. 
Familiares, amigos e colegas de trabalho ficaram chocados com o desfecho trágico do desaparecimento de Adriana. No cemitério, muito choro e revolta com a frieza do suspeito, que teria esganado Adriana e depois a enterrado nos fundos de sua casa de praia.  

Pela manhã, o dentista dela esteve no Instituto Médico Legal (IML), em Campos, para fazer o reconhecimento do corpo através de exame da arcada dentária.

O corpo de Adriana foi encontrado nesta quarta-feira (17/10), na casa de veraneio de seu colega de trabalho, Fernando Negrin, 42 anos, que teve a prisão decretada pela Justiça também nesta quarta-feira.

Segundo a delegada de São João da Barra, Madeleine Farias, o depoimento do suspeito foi colhido e ele relatou que tinha um relacionamento afetivo com a vítima, que o estaria pressionando para deixar a família. Na casa em Grussaí, os dois tiveram uma briga corporal e a vítima teria tentado agredir o suspeito com uma faca. Ele confessou que a matou com esganadura.

Madeleine revelou que não restam dúvidas de que Fernando matou Adriana, no entanto as investigações prosseguirão até que se saiba se ele fez isso sozinho ou com ajuda de outra pessoa, ou a mando de alguém. Nesta nova etapa das investigações, outras pessoas serão ouvidas, dentre elas o marido da Adriana e a companheira do Fernando.

Uma fonte contou à nossa reportagem, que no atestado de óbito consta que Adriana morreu de insuficiência respiratória, e informou também que havia areia nas vias respiratórias, o que faz parecer que a vítima pode ter tentado respirar após ser enterrada, neste caso, ela teria sido enterrada viva. Esta versão é extraoficial. 

No IML, o irmão de Adriana, Luciano Silva Aguiar, informou que Fernando e ela eram amigos e que ele chegou a ir a casa da família se oferecer para ajudar a procurar a colega.

Luciano também afirmou que começou a desconfiar do envolvimento de Fernando no desaparecimento, pois apresentou a ele uma versão diferente da que disse aos colegas de trabalho, sobre a última vez em que teria visto Adriana.

Segundo a advogada de Adriana, Kênia Quintal, a vítima tentou ligar para ela no dia 25 de setembro 18 vezes, e quando conseguiu, disse que sofreu ameaças e precisava conversar com Kênia pessoalmente.

Adriana desapareceu no último dia 04, quando foi vista pela última vez num ponto de ônibus, em Cardoso Moreira, onde morava com a família. Ela iria para o prédio da Defesa Civil de Italva, onde trabalhava.

Adriana e o marido estavam separados há quatro anos, mas continuavam morando na mesma casa, em Cardoso Moreira.

ENTENDA O CASODesde que a família informou o desaparecimento, a Polícia Civil vinha investigando o caso, e nesta quarta, o delegado Maurício Barros, determinou que dois inspetores levassem o suspeito, Fernando Faria Negrin, 42 anos, colega de trabalho da vítima, a residência de veraneio dele, que estava em construção em Grussaí. A Polícia começou a suspeitar de Fernando porque os três depoimentos dele foram contraditórios.

Chegando a São João da Barra, os agentes tiveram o apoio de mais dois inspetores da Polícia Civil para irem à casa de Fernando, que aparentava tranquilidade. Logo no portão, eles sentiram um forte odor, e se dirigiram ao fundo do quintal, onde fica a fossa. Percebendo que os policiais estavam desconfiados, Fernando disse que ali não havia nada e que iria pegar uma pá para cavar o local. O suspeito foi dentro da casa e na cozinha, cortou o próprio pescoço com uma faca, caindo posteriormente no quarto. O socorro foi chamado e o suspeito levado para o Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos.

Depois de Fernando ter atentado contra a própria vida, os policiais começaram a escavar o terreno e por causa da dificuldade, a delegada Madeleine Farias solicitou uma retroescavadeira que ajudou no trabalho. O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, enterrado abaixo do alicerce do último cômodo da casa, em construção. 
Adriana era divorciada e tinha um filho de 12 anos. 

Fernando está internado no Hospital Ferreira Machado fora de perigo. 
Ururau