terça-feira, 21 de agosto de 2012

Máfia das Carteiras Falsas demonstra ramificação em São Fidélis




Na medida em que as investigações sobre as ações da denominada Máfia das Carteiras Falsas avançam no Ministério Público (MP), vários motoristas de São Fidélis relatam terem sido enganados, já que acreditavam ser a carteira oficial, mas na verdade foram emitidas no município de Ferraz de Vasconcelos/SP, cidade onde atuava a central da Máfia.

O escândalo resultou em 2008 na prisão de 15 delegados da Polícia Civil, em São Paulo, além de dezenas de outras pessoas, a maior parte donos e funcionários de autoescolas paulistas. Não bastasse o derramamento das CNHs falsas nas cidades paulistas, as investigações dão evidências de ramificação em São Fidélis.


Mais um caso



De acordo com relato do motorista Clóvis Fernandes, ele já pagou R$ 3,5 mil pela CNH à Autoescola Boa Sorte, de propriedade do prefeito Fenemê, sentindo-se lesado depois de descobrir que o documento não tem validade. Ele disse que está entre os mais de 20 motoristas que foram intimados a comparecer para prestar depoimento sobre a origem da carteira.

Clóvis contou que na semana passada deixou de comparecer ao MP para atender a intimação porque foi procurado pela filha do prefeito e pelo próprio Fenemê, que segundo ele, lhe informaram para não ir à audiência, pois a mesma teria sido adiada.

“Em 1997 eu procurei a Autoescola do Fenemê porque é a mais antiga da cidade. Paguei R$ 3,5 mil parcelados em seis vezes e cheguei a receber a permissão, que teve validade até 23 de maio de 2008. Quando retornei para providenciar a carteira definitiva, encontrei dificuldades, da mesma forma que mais um monte de gente, e até hoje a Autoescola Boa Sorte não resolveu. Na ocasião Fenemê não era prefeito, mas era o vice e foi quem me atendeu na autoescola. Mas temos tentado resolver com o próprio prefeito a solução da carteira, mas ele não tem dado solução. Há um ano me pediu mais R$ 1,2 mil alegando que precisava para resolver a situação em São Paulo. Vi na reunião alguns motoristas pagar em dinheiro. Eu cheguei a dar um cheque pré-datado, mas como não houve solução, depois, como todos estavam desconfiados, eu o sustei, antes que houvesse a compensação para evitar maior prejuízo”, relatou Clóvis.

O jornal O Diário tentou ouvir o prefeito Fenemê, mas não obteve retorno.

Informações de O Diário