quinta-feira, 18 de junho de 2015

Criança foi morta em ritual de Centro de Umbanda de Campos; mãe da criança e mãe de santo serão indiciadas



A menina Natasha Reis Teixeira, de 7 anos, teria sido morta em um ritual de um Centro de Umbanda situado no Parque Aurora, Campos. A informação é do delegado o titular da 134ª DP/Centro, Geraldo Rangel, que concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (18). A criança morreu após ter sofrido asfixia, no último dia 6. Ela chegou a ser levada para o Hospital Ferreira Machado(HFM), mas não resistiu.

A mãe da menina e uma mulher que é dona de um Centro de Umbanda, deverão ser indiciadas (responsabilizadas criminalmente pela morte). Segundo o delegado, a mãe de Natasha presenciou a “Mãe de Santo” incorporar um espírito e esganar a menina.

Exames no Instituto Médico Legal (IML) concluíram que a morte ocorreu por “esganadura”. O padrasto da menina chegou a ser preso, mas foi liberado, visto que a polícia concluiu que ele não estava no Centro de Umbanda.

Delegado fala sobre ritual e se diz impressionado


O delegado Geraldo Rangel disse durante a entrevista coletiva que a mãe da menina admitiu durante o depoimento na 134ª DP que teria sido ameaçada pela “Mãe de Santo”, que é dona do Centro de Umbanda, para que não revelasse que a criança havia sido esganada durante um ritual.

O delegado revela a versão apresentada à polícia.  “A menina teria sido “rezada” pela Mãe de Santo, que teria incorporado um espírito, que chamam de “obsessor”. Ao tentar puxar esse espírito pra ela, aconteceu a esganadura”, disse o delegado.

Segundo ainda o delegado, no primeiro depoimento da mãe da menina, ela teria tentado induzir a polícia a erro, deixando a culpa cair sobre o M., o padrasto da menina. “Além disso, talvez ela não quisesse que a polícia tivesse o conhecimento da prática do ritual, e, consequentemente, atrapalhar as investigações”, destaca o delegado.

A mãe de Natasha e a Mãe de Santo já foram ouvidas. De acordo com Geraldo Rangel, uma responsabiliza a outra pelo ocorrido. “Mas as duas participaram do ritual e ambas serão responsabilizadas. A mãe porque trata-se da guardadora, ela é obrigada por lei a proteger a criança. E a Mãe de Santo porque é responsável por tudo que ocorre no local”, enfatiza delegado.

Geraldo Rangel relatou também que em toda sua carreira nunca tinha presenciado um crime como esse. “Isso porque envolve religião e uma criança de sete anos, que foi morta em um centro de umbanda. Não é algo que ocorre todos os dias”, disse o delegado, que destacou que a Polícia Civil respeita todas as religiões.  “O que está sendo apurado é o crime, um homicídio que aconteceu dentro de um terreiro de Umbanda. O que importa  é que estamos concluindo o inquérito e dando a resposta que a sociedade merece, porque envolve uma criança. Não temos dúvida que o crime aconteceu lá dentro(no centro de umbanda). A mãe e a Mãe de Santo confirmaram. Há um laudo pericial que confirma a morte por asfixia de esganadura”, finalzou Geraldo Rangel.





Fonte: Campos 24 Horas - Foto: Felipe Lemos