
A reportagem do G1 conversou com pacientes que precisam do transporte. Elias Estevão da Silva, 52 anos, afirmou que chega a andar até 35 minutos a pé para conseguir chegar no hospital e fazer a hemodiálise. Ele precisa ir ao São José do Havaí três vezes por semana.
Os pacientes de outras cidades têm transporte para o hospital e a gente daqui de Itaperuna não tem”
Elias Estevão Silva, paciente de hemodiálise
A paciente Teresa Machado também passa pelo mesmo problema e precisa pagar táxi para fazer hemodiálise. “Meu filho me traz no hospital quando vai trabalhar e me dá o dinheiro do táxi pra eu voltar pra casa. Cada corrida custa uns R$ 15,00 e preciso vir três vezes por semana. No final do mês o gasto sai em média por R$ 200,00 só com táxi. Eu não trabalho e vivo com um salário mínimo de aposentadoria. A sorte é que meu filho ajuda”, lamentou a aposentada, que tem 56 anos.
As dificuldades que os pacientes enfrentam também são sentidas pelos familiares que muitas vezes acompanham quem precisa fazer hemodiálise. É o caso de Josefa Maria da Conceição Silva, de 58 anos, que precisa ir junto com o marido de 82 anos ao hospital três vezes por semana .
“É muito cansativo porque ele não tem mais força para andar de ônibus. Então a gente paga táxi com a ajuda dos filhos. Só com táxi, que gastamos R$ 50,00 por dia, são R$ 600,00 no final do mês. Tem vezes que a gente deixa até de comprar uma fruta pra ele pra conseguir juntar um trocado para o transporte. Ele fica muito triste com isso”, disse a acompanhante.
Profissionais da saúde reconhecem dificuldades
No Hospital São José do Havaí, um dos funcionários comentou a situação dos pacientes, mas pediu para não ser identificado por medo de represálias.
“Alguns pacientes não andam direito, não tem força física e precisam desse transporte de casa até o hospital. É muito difícil porque a doença renal crônica já causa sofrimento e muitas pessoas saem da máquina tontas e fragilizadas emocionalmente. Essas pessoas precisam que a gente melhore a qualidade de vida delas. É uma luta diária pela vida e a gente sabe que sem a máquina que faz a hemodiálise eles não iam resistir. Eles vem aqui porque precisam vir, é pra manter a vida”, admitiu.
A Prefeitura de Itaperuna confirmou o problema e disse que já providencia uma solução para quem depende do transporte. Sobre uma data para a solução, a secretaria de Saúde ainda não informou qual é a previsão.
“O transporte dos pacientes que fazem hemodiálise é uma prioridade de governo. Sabemos dessa necessidade e estamos correndo contra o tempo para solucionar isso o mais rápido possível. O transporte anterior foi cancelado pela Justiça e agora estamos viabilizando a licitação para contratar uma nova empresa. Enquanto essa licitação não acontece estamos em processo de pedir a contratação emergencial, que está em andamento”, informou o secretário de Saúde de Itaperuna, Juliano da Silva França.
Fonte: Priscilla Alves do G1 Norte Fluminense