A menina Natasha Reis Teixeira, de 7 anos, teria sido morta
em um ritual de um Centro de Umbanda situado no Parque Aurora, Campos. A
informação é do delegado o titular da 134ª DP/Centro, Geraldo Rangel, que
concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (18). A criança
morreu após ter sofrido asfixia, no último dia 6. Ela chegou a ser levada para
o Hospital Ferreira Machado(HFM), mas não resistiu.
A mãe da menina e uma mulher que é dona de um Centro de
Umbanda, deverão ser indiciadas (responsabilizadas criminalmente pela morte).
Segundo o delegado, a mãe de Natasha presenciou a “Mãe de Santo” incorporar um
espírito e esganar a menina.
Exames no Instituto Médico Legal (IML) concluíram que a
morte ocorreu por “esganadura”. O padrasto da menina chegou a ser preso, mas
foi liberado, visto que a polícia concluiu que ele não estava no Centro de
Umbanda.
Delegado fala sobre ritual e se diz impressionado
O delegado Geraldo Rangel disse durante a entrevista
coletiva que a mãe da menina admitiu durante o depoimento na 134ª DP que teria
sido ameaçada pela “Mãe de Santo”, que é dona do Centro de Umbanda, para que
não revelasse que a criança havia sido esganada durante um ritual.
O delegado revela a versão apresentada à polícia. “A menina teria sido “rezada” pela Mãe de
Santo, que teria incorporado um espírito, que chamam de “obsessor”. Ao tentar
puxar esse espírito pra ela, aconteceu a esganadura”, disse o delegado.
Segundo ainda o delegado, no primeiro depoimento da mãe da
menina, ela teria tentado induzir a polícia a erro, deixando a culpa cair sobre
o M., o padrasto da menina. “Além disso, talvez ela não quisesse que a polícia
tivesse o conhecimento da prática do ritual, e, consequentemente, atrapalhar as
investigações”, destaca o delegado.
A mãe de Natasha e a Mãe de Santo já foram ouvidas. De
acordo com Geraldo Rangel, uma responsabiliza a outra pelo ocorrido. “Mas as
duas participaram do ritual e ambas serão responsabilizadas. A mãe porque
trata-se da guardadora, ela é obrigada por lei a proteger a criança. E a Mãe de
Santo porque é responsável por tudo que ocorre no local”, enfatiza delegado.
Geraldo Rangel relatou também que em toda sua carreira nunca
tinha presenciado um crime como esse. “Isso porque envolve religião e uma
criança de sete anos, que foi morta em um centro de umbanda. Não é algo que
ocorre todos os dias”, disse o delegado, que destacou que a Polícia Civil
respeita todas as religiões. “O que está
sendo apurado é o crime, um homicídio que aconteceu dentro de um terreiro de Umbanda.
O que importa é que estamos concluindo o
inquérito e dando a resposta que a sociedade merece, porque envolve uma
criança. Não temos dúvida que o crime aconteceu lá dentro(no centro de
umbanda). A mãe e a Mãe de Santo confirmaram. Há um laudo pericial que confirma
a morte por asfixia de esganadura”, finalzou Geraldo Rangel.
Fonte: Campos 24 Horas - Foto: Felipe Lemos