quinta-feira, 12 de março de 2015

Polícias Militar e Civil podem ter participação na tortura e assassinado de jovens que desapareceram em Itaperuna

O mistério sobre a morte dos três jovens e um adolescente cabofrienses ainda está longe de ser desvendado. Na noite desta quarta-feira (11/03) o delegado titular da 146ª Delegacia Legal em Guarus, Campos, Carlos Augusto Guimarães, informou, durante uma coletiva, que policiais civis ou militares podem ter tido participação na execução das vítimas, cujos restos mortais foram encontrados no último dia 06, na Estrada do Periquito, na localidade de Sapucaia.

Nesta terça-feira (10/03), familiares de três das quatro vítmas estiveram no Instituto Médico Legal (IML), em Campos, onde reconheceram, através de roupas, as ossadas de Luiz Felipe de Souza, que completaria 20 anos na terça, Danilo Lucas de Oliveira Alves, 22 anos e Felipe Gonçalves Miranda, de 16.

As vítimas que seriam moradores do município de Cabo Frio, teriam desaparecido no município de Itaperuna. Uma das possibilidades é que eles teriam alguma ligação com o tráfico de drogas local.

“ Segundo o delegado, as ossadas serão liberadas após o resultado do exame de DNA, feito a partir do recolhimento de material biológico da medula óssea e confrontado com os dos familiares das vítimas. Outro procedimento que também será realizado é o confronto das arcadas dentárias, a partir de moldes odontológicos dos rapazes.

“O que eu posso afirmar é que há grande chance de serem mesmo as pessoas que estavam desaparecidas, até pelo reconhecimento que foram feitos com as vestimentas. Nós solicitamos que aqueles que faziam uso de aparelhos ortodônticos que tragam os moldes para serem confrontados com a arcada dentária das ossadas. Vai ser colhido também material biológico para exame de DNA, porque só assim teremos uma prova mais precisa”, avaliou Guimarães mencionando que é um processo burocrático e demorado e que pode levar um mês.

ASSASSINATOS PODEM TER ENVOLVIMENTO DA POLÍCIA
Próximo as ossadas foi localizado uma cápsula, que segundo o delegado pode ser de calibre 38 ou 380, o que indicaria que as execuções tivessem ocorridas no local. Carlos Augusto ainda adiantou que as equipes estão de prontidão em Itaperuna, onde ocorreu o sumiço, para fazer levantamentos dos pormenores e tentar desvendar o mistério que paira sobre esse crime.

“Estamos refazendo o percurso por onde esses jovens possam ter passado, mas ainda não temos a autoria identificada. Porém, muita coisa ainda paira no ar e nós sabemos que isso não foi obra de traficante de lá, pois jamais iriam percorrer essa distância toda para fazer o serviço aqui em Campos. Até agora não temos uma linha investigativa forte, apenas suposições do que possa ter acontecido, mas não descartamos nada, nem a participação de traficantes daqui ou pessoas que passaram pela estrada, ou até mesmo de policiais (civis ou militares) e isso vai ser investigado também doa a quem doer”, disparou.

Fonte: Ururau